terça-feira, 23 de outubro de 2007

SIMPLICIDADE

"No caráter, na conduta, no estilo, em todas as coisas, a simpliciade é a suprema virtude."
Henry Wadsworth Longfellow

Enviado por Marlene Nascimento e extraido do site:www.reflexao.com.br

Postado por: CYNTHIA MELLO FERRARI

terça-feira, 2 de outubro de 2007

UNIVERSIDADE E RESPONSABILIDADE SOCIAL

Universidade e responsabilidade social

Wilson da Costa Bueno



A universidade brasileira pode (e deve) desempenhar um papel fundamental na consolidação do conceito e da prática de responsabilidade social.

Como instituição devotada à formação das novas gerações, deve estar comprometida com os valores fundamentais da contemporaneidade, como a ética, a transparência, o profissionalismo, o interesse público e a justiça social. Precisa, além disso, estar empenhada firmemente em difundi-los pela sociedade. Uma análise ainda que ligeira do ambiente universitário evidencia os inúmeros desafios que a universidade ainda necessita superar para cumprir efetivamente o papel que a sociedade lhe reserva.

Em primeiro lugar, a universidade tem contribuído, por uma série de circunstâncias, para reforçar o processo de exclusão social, seja porque não está acessível para a maioria dos cidadãos, seja porque tem se envolvido timidamente na discussão e implementação de políticas públicas que privilegiem os menos favorecidos.

Em segundo lugar, a gestão das universidades ainda se caracteriza pela manutenção de relações de poder que legitimam a supremacia das elites e dos titulados, caracterizando-se, muitas vezes, como uma injusta “república de doutores”. Com isso, não estimula o diálogo, contribui para acirrar as divergências entre os seus principais públicos internos (professores, alunos e funcionários) e encontra dificuldade para interagir com a sociedade.

Em terceiro lugar, a universidade tem buscado, prioritariamente, adequar-se ao mercado a partir de uma visão meramente utilitarista, pautando-se por princípios e posturas que exaltam o individualismo, a produtividade a qualquer custo e a adesão acrítica ao universo do “management”, em detrimento do trabalho coletivo, do respeito à diversidade, do empreendedorismo e da construção solidária de um futuro comum para todos os brasileiros.

Finalmente, a universidade tem estado distante da sociedade e, com raras exceções, não busca romper este distanciamento, assumindo uma perspectiva elitista e mesquinha, como se situada num mundo particular e privilegiado. Não raramente, ela tem assumido uma postura arrogante, como se à sociedade coubesse subsidiá-la, sem quaisquer questionamentos ou restrições.

A universidade brasileira precisa abrir as portas para a cidadania, mobilizando mentes e braços para um debate profundo sobre as nossas desigualdades sociais, sobre a afirmação de valores éticos na condução da vida pública, sobre o conceito de sustentabilidade que deve prevalecer entre nós. Deve formar profissionais comprometidos com a proteção do meio ambiente, com o consumo consciente, com o humanismo, com os direitos humanos e com a liberdade de expressão.

A universidade precisa incorporar, na grade curricular das suas disciplinas e na definição dos problemas de pesquisa de que se ocupa, as reais demandas da sociedade brasileira, fazendo retornar, com conhecimento e resultados práticos, o investimento e a confiança nela depositados.

A universidade precisa criar e/ou implementar canais de relacionamento com os diversos segmentos sociais, assumindo uma postura pró-ativa, interessada que deve estar em tornar públicos os resultados de seus estudos e pesquisas e em consolidar o processo de alfabetização científica, condição básica para a autêntica cidadania.

A universidade precisa exercer a criatividade para incorporar os jovens e os idosos e deve programar atividades e desenvolver soluções que favoreçam o diálogo entre as gerações. Deve lutar com todas as forças para eliminar os preconceitos de toda ordem (racial, religioso, de gênero etc) e promover a diversidade como valor fundamental.

A universidade deve desenvolver com prioridade produtos e processos que minimizem o impacto ambiental e estimular a parceria com as autênticas organizações do Terceiro Setor, formando profissionais e educadores que estejam em sintonia com as expectativas das populações mais pobres. Deve também comprometer-se com o resgate e a valorização do saber e do conhecimento tradicionais, contribuindo para incorporar as necessidades dos que não têm diploma, mas que contribuem, decisivamente, para o desenvolvimento (conceito distinto de crescimento, refém de indicadores meramente econômicos) nacional e a afirmação de nossa cultura.

A universidade precisa estar disposta a reforçar a nossa identidade, criando condições para que o País possa resistir à tentativa avassaladora de gestar uma cultura globalizada que atenda apenas aos interesses dos países hegemônicos e de corporações que visam unicamente a sustentabilidade do seu próprio negócio.

A sociedade brasileira anseia por uma universidade nova, democrática, transparente, com uma cultura de gestão que sirva de exemplo para as demais organizações porque é capaz de conciliar a eficiência administrativa com a nobreza de propósitos e que, sobretudo, esteja mobilizada para construir as bases de um país mais justo e humano.

O tripé básico em que se apóia uma universidade – pesquisa, ensino e extensão – deve definitivamente contemplar a sociedade e nela os segmentos menos favorecidos. Uma universidade que atenda a este compromisso será, certamente, uma universidade socialmente responsável.


-----------------------------------------------------------------
*Publicado originalmente no site do Instituto Ethos, na Rede Ethos de Jornalistas (http://www.internethos.org.br/rej/)

--------------------------------------------------------------------------------



Wilson da Costa Bueno é jornalista, professor da UMESP e da USP, diretor da Comtexto Comunicação e Pesquisa.


Selecionado por CYNTHIA MELLO FERRARI do Portal Mercado Ético em 25/09/2007

A CONSTITUIÇÃO DA CORAGEM

A CONSTITUIÇÃO DA CORAGEM

“ O homem é o problema da sociedade brasileira: sem salário, analfabeto, sem saúde, sem casa, portanto sem cidadania.
A Constituição luta contra os bolsões de miséria que envergonham o País.
Diferentemente das constituições anteriores, esta começa com o homem.
Graficamente, testemunha a primazia do homem, pois foi escrita para o homem; o homem é seu fim e sua presença. É a CONSTITUIÇÃO CIDADÃ.
Cidadão é o que ganha, come, sabe, mora, pode curar.
A Constituição nasce do parto da profunda crise que abala as instituições e convulsiona a sociedade.
Por isso, mobiliza, dentre outras coisas, novas forças para o exercício do governo e a administração dos impasses. O governo será praticado pelo Executivo e o Legislativo.
Eis a inovação da Constituição de 1988: dividir competências para vencer dificuldades. Contra a ingovernabilidade concentrada em um, possibilita a governabilidade de muitos.
È a CONSTITUIÇÃO DA CORAGEM.
Andou, imaginou, inovou, ousou, viu, destroçou tabus, tomou partidos que só se salvam pela lei.
A Constituição durará com a democracia e só com a democracia sobrevivem para o povo a dignidade, a liberdade e a justiça.”

Brasília, 5 de outubro de 1988.
Constituinte Ulisses Guimarães
Presidente

Fonte: Eid, Marco Antonio – Entre o Poder e a mídia. Ed: M Books, SP, 2003

Selecionado por CYNTHIA MELLO FERRARI